Miosótis

Friday, September 28, 2007

Hoje é só um lembrete, uma redescoberta de uma parte importante que eu havia esquecido...
Eu adoro estudar! Esse é um dos pilares de quem eu sou, eu tenho tesão em descobrir coisas, em adquirir conhecimento, viver é isso! Pra que vivemos senão para conhecer nosso mundo? Pode ser lendo, experenciando, ouvindo, vendo, tocando... mas vamos viver! E uma parte importante desse meu viver eu alcanço através do estudo (por enquanto pois logo vou poder viajar e ver muitas coisas sobre as quais leio).
Ontem lí um texto muito legal sobre uma exposição que vai começar sobre a cultura produzida na região dos trópicos, sobre as representações feitas sobre essas culturas, essas populações, naturezas, etc, sobre como foram contruídas essas identidades e como elas podem ser reelaboradas, revisitadas com um outro olhar... enfim, vários conceitos que eu adoro, várias informações que eu adorei descobrir...
Como disse, é só um lembrete: quando tudo estiver desabando e eu (você) não tiver ânimo pra nada, faz uma forcinha e vai estudar!!! Tudo vai parecer melhor depois de terminar um texto, livro, artigo, ou depois de ir ver uma exposição, ver um filme, um seminário... já deu pra entender né?
Agora eu já vou, quero dar uma olhada na programação cultural da cidade e descobrir algo novo hoje.

O post abaixo foi escrito ontem, é o acima que é o de hoje...

Terra do Nunca

Eu costumava falar que você era minha Terra do Nunca. Eu tinha medo de crescer, medo não, pânico! E quando estava com você ficava tudo bem, o mundo não parecia tão assustador, crescer com você ao meu lado parecia quase bom. Ontem percebi que o meu medo era me desconectar de mim, do que sou em essência (se é que isso existe). Você me lembrava constantemente de quem eu sou, eu não podia ignorar. Quando me sentia perdida voava para a Terra do Nunca e você me resgatava.
Quando comecei a fugir de você? Quando me perdi de mim... ao estar com você eu me lembrava que estava perdida, isso me incomodava, é muito mais fácil fugir, então eu corria, fugia de você, de mim. E o caminho para a Terra do Nunca ficou cada vez mais difícil de se alcançar, eu me perdia nele, eu me perdia em mim...
Chegou o momento de me encarar, de achar dentro de mim as respostas, de achar dentro de mim um caminho para a minha Terra do Nunca, só minha... de me redescobrir, me redefinir...
Com o que ficou de você em mim, com o que sobrou de mim em mim, com as experiências que tive, com o que me fez sorrir e com o que me fez chorar, vou me revelar como uma tela em branco a ser desenhada, mas com as tintas e a técnica que já tenho, o que fazer com isso é a diferença.
"Tenho o que ficou e tenho sorte até demais, como sei que tens também."

Wednesday, September 26, 2007

Percebi que nesse mergulho me confundo com o fundo...

O mergulho...

Tento mergulhar bem fundo, atingir os limites... mas me falta o ar! Não tenho fôlego o suficiente para me explorar. Talvez porque eu seja muito vasta, tenho em mim todas as pessoas que conheci, todas as paisagens que ví, todos os gostos e cheiros que senti, tenho o calor e o frio, tenho em mim todas as experiências que vivi... é coisa demais para se explorar, é fundo demais para mergulhar sem auxílio, só com o ar dos pulmões. Vou precisar de várias idas, de auxílio, de tempo... e talvez consiga me conhecer um pouco, mas eu nunca acabo, todo dia me expando, me tranformo...
Quer mergulhar comigo?

Tuesday, September 25, 2007

Carta a um amante (ou fuck friend, porque, às vezes, é preciso ser vulgar):

Meu querido,
Escrevo essa carta para lhe agradecer.
Graças ao seu olhar pude ver o que me tornei, pude perceber que a máscara que criei para me proteger está me agredindo. Fiquei tanto tempo mergulhada no meu ego, no meu medo de parecer fraca, nas minhas defesas para não ter que olhar para dentro de mim e pensar sobre quem eu sou que acabei me tornando uma pessoa que eu não quero ser. Ao me ver do modo que você me viu, eu fiquei assustada, será que eu realmente sou essa pessoa fria, superficial, puta? Porque foi como eu me senti, pior...
Sempre me senti muito bem com o fato de ser livre o suficiente para fazer o que quero e dar vazão aos meus prazeres, sem me importar com o que os outros vão pensar, sem ser fraca e sentimental, sem ser uma mulher adequada aos padrões que impõem a ela. Sempre tive amantes e até fuck friends... mas há uma diferença. Os amantes amam por uma noite, mesmo que ela nunca vá se repetir. Os fuck friends fodem por uma noite e não aproveitam toda a intensidade que o contato com o outro pode proporcionar.
Eu comecei sendo amante, eu tinha medo de amar intensamente como amei uma vez, então me propuz a amar por uma noite, mas sem me apegar o suficiente a ponto de não poder viver sem a pessoa, mas eu abria meu mundo momentaneamente, eu me encantava com o outro, eu amava por uma noite. Só não gostava de me sentir presa ou dependente, porque eu sou livre! Eu faço o que eu quero! Essas eram as minhas frases.
Mas com o passar do tempo eu me tornei uma fuck friend, com o passar do tempo eu comecei a tentar desesperadamente suprir a falta de amar intensamente com sexo. Sexo vazio e sem qualquer encantamento, somente o ato, sem antes nem depois. Eu não quero ser fuck friend, eu tenho mais a oferecer, eu tenho mais a aprender. Eu abafei os gritos da pessoa que eu realmente sou com os gemidos do sexo por muito tempo. Eu quero gemer, mas de prazer, de amor, não como quem não sabe se chora ou se rí...
Obrigada meu querido, foi muito bom transar com você, mas eu não quero mais. Dá licença que eu quero me encantar, eu quero amar...